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Então, o que eu tenho que registrar é que em 1983, 84, por exemplo, quando eu ainda tinha meu pai, ele contava pra gente histórias de amor vezes. E essas histórias não eram de livros, eram gravadas nas memórias. E era muito gostoso, porque a gente sentava no colo, E assim, eu tinha o hábito de pegar na orelha e eu fazia um carinho na orelha dele e ele contava pra gente, sabe? Histórias de era uma vez. Essas histórias não eram de livros. Essas histórias eram histórias que ele criava na memória, porque era muito tempo, sabe? E tipo assim, porque a gente morava no sítio, né, passamos muito tempo na fazenda e a gente morava no sítio e meu pai contava essas histórias pra gente e era muito gostoso de ouvir, porque a gente se sentava no colo, meu pai cantava com a gente, era uma Uma vida muito simples que a gente vivia. Então, colocava assim, principalmente na época do frio, colocava uma fogueira, sabe? Colocava uma fogueira e todo mundo se envolta da fogueira e o papai contava as histórias de uma vez, enquanto a gente simulava histórias. Eu, como era caçulo, naquela época chamada de caçulo, né? Pequenininha, sentada no colo, porque sempre pequenininha era sentada no colo. Sempre comendo pipoca, ouvindo aquelas histórias, era muito gostoso de ouvir. E eu gostaria, se pudesse, se o tempo voltasse atrás, eu gostaria de viver esse momento de novo. Era muito lindo esse momento. Como eu amo. Como era bom. Era espetacular ouvir tudo isso. E é sobre isso que eu queria falar. Muito bom, Naika.

Maria José Alves dos Santos